sexta-feira, 26 de abril de 2024

Florença



Último dia em Assis foi só a preparação pra sair de lá. Acordei cedo, como sempre. Café da manhã reforçado pra aproveitar a diária do hotel. Organizei minhas coisas e parti pra parada. Paguei o hotel, mas vou fingir que não vi, só me arrependo de não ter usado todo o balde de calda de chocolate Lindt disponível. É isso que dá fingir costume.
Assis é linda. O problema são os turistas, que me deixaram com uma péssima impressão. Não sei, gente, em teoria Assis é turismo religioso. Maioria católica. São suas igrejas e suas referências. Como acha aceitável bater papo na cripta de São Francisco? Como acha aceitável tirar foto onde pedem pra não tirar foto? Como acha aceitável deixar criança correndo solta apagando as velas das pessoas?
Novamente, não sou contra criança em nenhum lugar. Crianças são pessoas e estão aprendendo a se comportar. Como elas vão aprender se não tem ninguém pra ensinar? Não sei o que aqueles adultos poderiam ensinar também. Foi tanto desrespeito a lugares sacros que eu não conseguia acreditar. Um ateu teria mais respeito (eu tive).
Bem, é gente demais e gente que se acha especial demais, então obviamente que nada que fazem pode estar errado.
A cidade estava lotada e hoje estava impossível. Cheguei na parada tarde, quase 11h. O ônibus demorou pra passar e passou lotado. As pessoas muito fedidas. Muito. Num momento eu pensei em descer e ir andando. Se eu tivesse sem mala teria feito isso. O trânsito? Um absurdo. Carros por todos os lados. A viagem pra estação demorou o dobro do tempo e eu já estava passando mal com o cheiro. Essa gente precisa aprender a tomar banho e lavar roupa. Saí no momento certo, Assis terá um final de semana movimentado.
Depois que cheguei na estação foi sorte atrás de sorte. Deus protege crianças, bêbados e desorganizados, essa é a única explicação por eu ter chegado no lugar certo. Comprei a passagem pra estação certa. Cheguei em Florença. Lotada também. As pessoas precisam parar de viajar.
O albergue é excelente. Já bati papo com uma portuguesa. Ela vai assistir show do Take That e Smashing Pumpkins esse ano também, mas em Portugal.
Amanhã começo a andar por Florença. Espero que me divirta por aqui.

Escrito em 26/4/24.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Santos

Igreja de São Francisco de Assis 

Considerando como começou o dia, jamais imaginei que terminaria traumatizada pela Igreja Católica. Vamos começar do começo.
Acordei bem cedo porque hoje é meu único dia inteiro, então queria ver o máximo possível. Café da manhã tomado, segui pra igreja de São Francisco. Tinha que ser a primeira parada. Foi uma excelente escolha porque ainda estava um pouco vazio.

Todas as fotos são do exterior porque é proibido tirar dentro. Muitas pessoas fotografaram. Eu não. Morro de medo de levar grito de padre, ainda mais franciscano.
A igreja é dividida em duas partes: inferior e superior. Foram construídas em períodos diferentes e têm estilos um pouco diferentes. Uma tem arquitetura mais romântica, a outra é mais gótica. A superior é mais alta, a inferior é mais baixa. As duas têm arcos belíssimos e afrescos coloridos. Na inferior, no subsolo, fica a cripta de São Francisco.
Eu gosto de São Francisco. Acho que ele era um rebelde. Só sendo um rebelde pra seguir Cristo como ele seguiu. Por isso, os panfletos entregues pela igreja enfatizando que São Francisco pregava total subserviência ao papado me incomodaram um pouco. Não sou eu que escrevo a história e não estava lá pra ver, mas no meu coração São Francisco é o primeiro punk.
Como eram os santos? Eles eram felizes? Juntavam os amigos pra falar bobagem? Gostavam de passar um dia na praia? A humanidade os tocava? A humanidade os ofendia? Eu sei que as dores eles sentiam, talvez até mais que nós, mas e a felicidade? Não a felicidade transcendental do amor divino, mas a felicidade humana de rir com os amigos e brincar com um cachorro. Eles abriram mão de sua carne? Jesus abriu mão de sua carne? Há leveza na santidade? Há humanidade na santidade (acho que já fiz essa pergunta nesse blog)? Foi isso que ocupou minha mente de igreja em igreja por horas a fio. Conversando com os santos e com o nada.
Chorei um pouco com São Francisco. Rezei. Pedi por nós. Quem sabe tem alguém escutando? Meu cérebro tem um bloqueio grande porque muitas histórias de santo seriam explicados na psiquiatria. O que ainda não se explica é a fé.
Saindo de São Francisco, a decisão lógica era seguir pra basílica de São Pedro, então claro que fui pra Rocca Maggiore. É isso que acontece com gente desorganizada.

Rocca Maggiore 

Rocca é uma fortificação romana construída para proteger a cidade de invasões. Tem vista privilegiada dos vales e montanhas. Fica no topo da cidade, que já é muito alta.
Procurei um tour pra me levar lá no alto. Queria pagar pra não ter que subir com minhas próprias pernas, mas o tour ia demorar uma hora e eu tava lá sem fazer nada então fui andando. Devo ter demorado quase o dobro de uma pessoa normal, mas cheguei.

Visão externa do túnel
Visão superior do túnel 
O túnel que leva pra torre 
Visão da torre. São Francisco lá embaixo.

Depois de subir, era hora de descer. No caminho fica a igreja de São Rufino. É uma igreja simples. Tem um subsolo de pedra com umas criptas. Uma parte do piso é de vidro e permite a visão das pedras sem ter que descer.

São Rufino e crianças brincando 
Em alguma casa. Do rio ao mar, a Palestina será livre.

Passei por outras igrejas. Várias. Entrei em todas, mas não lembro o nome de cabeça e estou com medo de sair do blogger pra procurar e perder o texto de novo (sim, estou escrevendo pela segunda vez e sim, tinha salvado o outro e ele desapareceu mesmo assim e não, não é a primeira vez). De São Rufino fui pra São Pedro. A igreja de São Pedro é a mais simples de todas. Tudo feito de pedra, como Pedro, nada de afresco. Pedra e um Jesus crucificado. Bonita também.
Assis é uma cidade íngreme. A igreja de São Pedro fica abaixo da de São Francisco, então agora eu tinha que subir pra voltar pro hotel. No caminho, tinha uma multidão na frente de uma igreja. Obviamente, entrei. Tinha uma celebração acontecendo então fiquei assistindo um pouco, mas sem entender nada. Vi uns cartazes com o rosto de um jovem, bem jovem. Guri de ensino médio de calça jeans e blusa. Vi um grupo enorme de gente na lateral da igreja, então fui pra lá. E lá estava o menino, embalsamado, deitado numa cripta, com uma fila de gente rezando e pedindo. Estou chocada até agora e talvez esteja sendo desrespeitosa. O menino é um beato, ou seja, já tem milagre confirmado pela igreja.

Mas é um menino e tava lá deitado. Eu não estava preparada pra ver ele assim. Se eu soubesse italiano não teria passado por isso. Fiz uma doação, acendi uma vela, mas não fiquei na fila e não olhei pra ele além do susto. Chocante demais. A Santa Clara já tinha me chocado, mas ela tá ali há séculos. Esse morreu em 2006 com 15 anos. Ele tava de jeans. A família dele ainda tá por aí. Sei lá, talvez eu tenha dificuldade de entender que todo o tempo é história pra algum outro tempo. Mil anos atrás e mil anos pra frente são a mesma coisa. Beato Carlo, que venha sua canonização.
E foi assim que todos os meus questionamentos sobre santidade viraram pó, com um santo menino.
Só me restava continuar a caminhada. Voltei pra Santa Clara pra terminar a visita de ontem. Não tinha padre pra me assustar, mas a igreja estava lotada. Não fiquei muito.
Saí de lá, comi e voltei pro hotel. Cheguei mais de 17h. Tomei um bom banho e vim descansar pra juntar forças pro jantar. Adianto aqui que não tive forças. Vou escovar os dentes e dormir. Amanhã vou pra próxima parada.
Assis foi muito bom. Uma cidade linda. Que venha a próxima.

Escrito em 25/4/24.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Assis

Assis


Finalmente larguei Rimini. Já estava fedendo. Eu ainda quero permanência, mas tem que ser em um lugar que tenha mais pra ver. Rimini é cidade de praia, pra ficar de boa. Não deveria ter ficado tanto. Minha motivação pra ficar lá por tanto tempo foi que o hotel tava o mesmo preço de albergue e tinha café da manhã. Sim, fiquei vários dias a toa, foi bom pra descansar, mas já tava passando da hora de sair.

Vista de Assis 

Minha viagem começou 9h na estação de trem de Rimini. 16h, depois de três trens e um ônibus, cheguei em Assis. Não esperava que seria tanto. Cheguei exausta.
No caminho conheci uma italiana que ficou chocada com minha idade. Disse que achava que eu tinha 29. Ser jovem não é necessário, mas tô aceitando como elogio, apesar de saber que não é bem assim. Também conheci uma moça de Taiwan que me deu uma sugestão de viagem que parece interessante. Vou ver se a logística funciona, se funcionar, vai ser bem legal.
Larguei as coisas no hotel e fui dar uma voltinha. O hotel fica do lado da Igreja de Santa Clara de Assis então foi minha primeira parada 

Santa Clara 

Gente, Santa Clara está aí dentro. Os católicos, cara, não tem jeito. Eu não sabia. Achei que veria uma pedra ou algo assim e já seria muito solene, mas é Santa Clara. Vi o corpo deitado ao mesmo tempo que vi um padre atrás de mim. Foi um susto enorme. Mantive a compostura, mas deu até vertigem. O padre fica guardando Santa Clara, provavelmente pra garantir que ninguém a desrespeite. Bem, precisei me recuperar do susto, depois voltei e rezei um pouco. Sim, continuo ateia, mas acho que eu queria acreditar. Até lá me defino como atéia não-praticante.
Na Igreja de Santa Clara fica a cruz de São Damião. A mesma cruz que São Francisco viu que o fez ouvir o chamado. É uma cruz do período bizantino. Não tenho fotos porque há sinais de não tirar foto e não sou eu que vou desobedecer.

Altar central 

No altar central não tem nada dizendo pra não tirar fotos, então tirei essa. Os vitrais são lindíssimos. Os afrescos são muito bonitos. Amanhã voltarei pra olhar melhor. São muitos detalhes. Algumas partes estão descascando. É um trabalho bem antigo.
Já era hora de fechar, não tinha percebido, e eu estava na parte da cripta lendo um cartaz com as peças que estão na igreja (roupa de Santa Clara e São Francisco etc) e o padre que quase me matou do coração achou uma excelente ideia ficar atrás de mim enquanto eu lia. Não faço ideia de quanto tempo ficou lá. Só sei que ele realmente tem que repensar esse negócio de ser silencioso porque nesse segundo susto quase fui com Deus. Rimos muito. Avisei que volto amanhã pra terminar a visita e que ele pode tentar me matar de novo. Veremos.

Saindo de Santa Clara 

Saindo da igreja, a tempestade estava chegando. Decidi voltar pro hotel pra tomar um banho e trocar de roupa. Agora limpinha e confortável, acho que não vou sair pra jantar, mas estou com fome. Bem, nesse hotel também tem café da manhã.

Escrito em 24/4//24.

terça-feira, 23 de abril de 2024

Uma voltinha

Portão de Rimini 


Cheguei em Rimini segunda mas não posso dizer que vi a cidade. Estou hospedada na parte da praia, que é distante do centro histórico, então basicamente só vou pra cidade pra pegar trem, de resto, estou na praia. Mas precisava corrigir o erro. Rimini tem um centro histórico importante, apesar de não ser grandioso como Ravena (Ravena é muito rainha). Hoje foi meu dia de passeio pela cidade.

Sábado é dia de Ceasa 

Todas as praças de Rimini estavam ocupadas por feiras. Em Ravena também foi assim. Final de semana armam as banquinhas em todos os lugares. Em Rimini tem a parte de comidas (frutas, verduras, queijos, azeitona etc) e de roupas também. Fica tudo lotado.
Minha primeira parada foi na igreja de Santa Rita. Aqui tudo é muito mais novo. Agora qualquer coisa dentro do século XIX já acho que foi feito ontem. Sendo justa, a igreja de Santa Rita foi construída em 1464, século XV portanto. O detalhe aqui, mais que nos outros lugares que visitei, é que muitos dos prédios foram destruídos na segunda guerra mundial. Então, além de serem prédios recentes, sua reconstrução é muito nova.
Não tirei nenhuma foto da igreja... Lamento. Era bem simples.

Igreja de São João Batista 

Segui pra segunda igreja. Também não tirei fotos do exterior. De dentro, só tirei essa. Bem igreja. Bem simples. Aprendi que Giovani em italiano é João em português. Então fica aí a informação: William é Guilherme, James é Tiago e Giovani é João. Quem já sabia, segue o bonde.
Minha intenção era só continuar andando vendo a feira, mas tinha outra igreja, a de São Francisco de Paula, o eremita. Eu entrei e era hora da missa. Fiquei porque já tinha começado, não tinha como sair. De todas as igrejas, com certeza a mais simples. E me ajudou a decidir o próximo destino, apesar de eu ter confundido São Francisco de Assis com São Francisco de Paula. Bem, nenhum eremita esperaria caminhos retos, não é mesmo?

Praça central (não tem feira nessa)

Muito do que estava fechado durante a semana abriu hoje e abrirá amanhã. Isso significa que tem sorveteria aberta! Cada dia na Itália sem sorvete é um dia perdido.

Nutella (me senti obrigada) e amarena

Amanhã volto pro centro histórico. Eles levam muito a sério essa história de cochilo da tarde. Aqui, pior que Urbino, as atrações só reabrem 16h e eu gastei meu tempo andando sem rumo e não cheguei a tempo pra ver o castelo.
O clima aqui virou. Tá frio e chuvoso. Veremos como será amanhã.

Escrito em 20/4/24.





segunda-feira, 22 de abril de 2024

Solidão


Sempre gostei de viajar só. Prefiro. Faço minhas coisas no meu tempo sem precisar negociar nada. Isso funciona pra mim. Há alguns problemas quando a viagem é tão longa quanto a minha, o principal é a solidão.
Lido bem, no geral, mas nesse momento estou em hotel há tempo demais. O hotel me dá privacidade e conforto, mas o albergue me dá companhia. Claro que é temporário. Ninguém vira amigo (às vezes vira), mas sempre vamos encontrar outra alma solitária querendo um bate papo.
Hoje estava pensando em todo mundo que cruzou meu caminho até o momento e é interessante perceber o tanto que eu sou sociável e preciso socializar. Em Brasília, costumo dizer que não sou, mas bato papo com gente em fila. Talvez eu me apegue a ideias sobre mim que não existem mais. Já fui muito tímida. Muito. Acho que não é o caso hoje. Fui forçada a aprender a socializar (como todos devem ser, afinal vivemos em sociedade) e gostei.
Eu gosto de ouvir as histórias das pessoas. Quero saber quais caminhos percorreram para chegar no mesmo lugar que eu. Como os encontros acontecem? Eu também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa.
Então nesse momento eu tô de calça jeans, esticada na areia da praia, pensando que eu queria bater um papo sem sentido com alguém parecido comigo (um ser andante). Não tem ninguém.
Vou voltar pro hotel e ficar no conforto e privacidade do meu quarto e banheiro individuais, que eu trocaria sem pensar duas vezes por um bate papo com algum desajustado do caminho (contanto que não seja louco de verdade, porque aí complica demais meu lado).

Escrito em 19/4/24.

domingo, 21 de abril de 2024

A cidade mais estranha

Urbino 


Seguindo o conselho do guia, fui para Urbino. Muitas horas de viagem, trem e ônibus, mas ele disse que a cidade era interessante e também que era o único lugar, fora de Florença (se não me engano), onde eu conseguiria ver originais de Rafael.
Achei a cidade mais estranha que já vi. Cheguei pela rodoviária. Segui o caminho por onde todo mundo estava indo. E aí chegamos em elevadores. Primeiro o elevador para no sexto andar, depois pegamos o outro elevador até o décimo andar. E aí está a cidade.

O mapa (acabei de ver que não tirei foto do portão de entrada)

Início da cidade 

Urbino é uma cidade universitária, então tem jovens por todos os lados. Além disso, as crianças em visita escolar. Acho que é impossível ir pra algum lugar na Itália que não tenha visitas escolares. Minha solidariedade aos servidores que precisam manter a turma em ordem e garantir a devolução de todas as crianças.

Bonés de identificação 

Becos, ladeiras e tijolos

Rafael no topo da cidade

Teatro

Visitei o museu no Palácio Ducale e acho que tinha que ter menos obras. Não dá pra admirar tudo. Passei muito tempo vendo a pintura do Rafael porque não é todo dia que eu tenho a chance de ver algo feito por uma tartaruga ninja, mas o resto passou batido. Não peguei nem o nome dos artistas. Tem uma parte de aprendizes de Caravaggio, nessa fiquei bastante tempo também porque gosto do estilo. De resto, muita obra sacra e um tantinho de paisagem. É uma coleção enorme de obras feitas por artistas de Urbino ou que passaram por lá entre 1400/1500. Se ficasse 20h lá não conseguiria ver tudo. A impressão que fica é que Rafael pintava mãos perfeitas. Parece foto. E nada muito além disso.
Visitei também a casa de Rafael. Lá, tem um afresco que dizem ser dele mas pode ser do pai dele, que também pintava. Se for de Rafael, foi feito quando ele tinha uns 8 anos.

Afresco que talvez seja de Rafael.

Visitei igreja e rezei por todos nós. Se não ouvirem, não é culpa minha. Queria ter visitado uma outra igreja, mas estava fechada. Finalmente me tornei anti cochilo vespertino. Os caras fecham 12h e só reabrem 15h. Todas as atrações são assim. Saí do hotel 9h, cheguei em Urbino 12h. Fiquei andando até 15h. Visitei o que deu e tive que voltar. Não podia atrasar tanto porque não sabia qual o horário do último trem, além disso, estava meio chuvoso e a estrada era íngreme e com curvas muito fechadas. Só passei na porta da outra igreja.

Em cima do muro.

Catedral de Santa Maria Assunta

Porta Valbona

Achei que Urbino poderia ser melhor sinalizada. Não sei se é possível pela geografia da cidade, mas me senti meio perdida por lá. Estava com o maps do Google e ainda assim encontrei dificuldade de encontrar tudo, mas encontrei. Só que a maioria estava fechada mesmo.

Limão e amendoim com caramelo 

Na saída, não poderia deixar de passar numa sorveteria. Na minha área em Rimini não tenho nenhuma próxima que esteja aberta.
E esse foi meu dia em Urbino.


Escrito em 18/4/24.


sábado, 20 de abril de 2024

Um erro?

Em Rimini 


O guia me avisou, mas já era tarde demais.
Meu plano era até simples: ficar na praia. Hotel de frente pro mar com preço de albergue. Só vantagens. Errei, fui moleque.
Minha intenção era ficar na praia todos os dias, mas quando cheguei e tinha gente de casaco, percebi que errei meus planos. Tá frio demais pra entrar no mar. Eu coloquei só os pés.
Restaurantes? Metade fechado. Alguns abrem no final do dia. O guia tinha me dito que nada aqui funciona antes de junho e eu achei que ele estava exagerando. Ele me explicou que não vale a pena trabalhar nesse período. Eles trabalham de maio/junho a setembro e garantem o sustento do ano. O resto do ano não trabalham porque acaba sendo prejuízo já que não ganham o suficiente pra cobrir os gastos.

Um desses é meu hotel

Então passei a maior parte do tempo na praia, mas sem ter coragem de entrar na água. Depois dei uma volta pelo calçadão e fui ver as lojas.
Amanhã vou seguir as dicas do guia a risca porque ele sabe do que fala.

Escrito em 17/4/24.