Meu maior
medo, daquele que me faz suar frio, é nadar em lugares que eu não posso
ver o fundo. O buraco azul é meu medo coisificado. Eu fiz o que era
impensável pra mim: nadei na superfície, lá no meio do buraco. Realmente
meu medo era infundado, o Kraken não veio. E aí eu fiz a mágica: em
mergulho livre, encostei a mão na borda do buraco, ainda não sei quantos
metros de profundidade, entre 13/15. Mergulhei segurando no pulmão,
controlando a pressão no ouvido na marra, e principalmente controlando
meu pavor, e encostei a mão na entrada do buraco. Se fosse um bom filme
de terror, era a hora de ser atacada por um monstro, mas era um água com
açúcar bobo.