domingo, 25 de fevereiro de 2024

Familiarização


O primeiro dia é dia de nada pra mim. Depois de tudo que precisei passar pra chegar aqui e do cansaço excessivo de ontem, só quero ficar tranquila na minha depois de sei lá quantas horas de viagem (se pensar bem, foram mais de 24h no total, da minha casa até o albergue). Pros próximos, vou tentar lembrar que o primeiro dia é dia de ficar em hotel e nada de albergue. O albergue é interessante principalmente pelo preço, mas é sempre mais complicado. Até o banho é um processo. O primeiro dia é dia de organização, descanso e recuperação, no meu caso dessa vez também de cólica e muita dor.
Ontem, na imigração, quase não autorizaram minha entrada. Acharam meus motivos muito estranhos e o tempo de estadia absurdo. Não acreditaram que era turismo. Não consegui explicar que era uma crise de meia idade e que eu queria ver o Liam Gallagher. O problema começou quando perguntaram o tempo de estadia. Daí pra frente, foram muitas perguntas. Tive que mostrar minha conta no banco e tudo.
Estou num albergue exclusivo pra mulheres. Achei o ambiente bem diferente de albergues mistos. Sensação de segurança maior e mais limpo. Pensei que seria a mais velha, mas temos algumas senhoras na casa dos 60/70 (ou talvez 50, mas são brancas europeias rs). Sempre me sinto julgada por estar velha e ficando em albergue, mas, quando chego em um, a real é que nunca sou a mais velha. É muito mais preconceito meu que do albergue. Com relação aos jovens, já fui jovem. Imagino o que pensam. Agora já vivi o suficiente pra saber que não importa. Eles não andaram o suficiente. As pessoas estão por aí viajando e aproveitando o tempo como conseguem. Considerando a quantidade de hóspedes mais velhas aqui, acho que as jovens, se tiveram estranhamento inicial, já normalizaram. São muitas, diria 35%. Estamos aqui e albergue é a melhor opção para viagens longas com orçamento finito.
Além de descansar e recuperar (tô bebendo muita água pra compensar a desidratação de ontem), comprei minha câmera, estou organizando a segunda parte da viagem e tentando fazer meu chip de celular do Brasil funcionar aqui. Sim, tinha resolvido tudo no Brasil, mas cheguei aqui e não funciona. Preciso disso pra minha road trip. Finalmente resolvi que não tem jeito, o teletransporte não existe e passagens custam dinheiro. Comprei tudo e Inverness se aproxima. Já baixei o mapa da estrada offline. Não parece funcionar muito bem, mas mostra as estradas e cidades. Se a TIM não resolver o problema até a viagem, pelo menos não vou ficar perdida demais.
Ainda vou dar uma volta descompromissada hoje. Quero ver whitechapel talvez. Se não der hoje, é o plano pra amanhã. Já são quase 15h, sendo realista, irei pra algum lugar mais perto aqui. Tentar achar algum lugar pra comer. Amanhã será melhor. Espero. Hoje poderia ser considerado um dia perdido se eu  não entendesse a função do descanso.


Escrito em 21/2/24










 
 
 

2 comentários:

Tiça disse...

Imagino o povo da imigração pensando: não é possível que vai ficar tanto tempo.... hehehehhe
Eu falaria da crise de meia idade e do sonho do show... 😆

Carol disse...

Falei. Mostrei os ingressos e tudo! Eles me olharam como se eu fosse louca.