terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Cemitério é só um tipo de parque

                        Círculo do Líbano 


Minha câmera chegou. Está carregando enquanto escrevo. Parece que demora até 3h na primeira carga, então amanhã estará pronta.
Hoje amanheceu ensolarado. Não significa quente. Foi o dia mais frio até o momento, mas tinha sol e compôs um cenário bem bonito para um dia no cemitério.
Depois de pegar minha câmera, segui pra estação e peguei o trem/metrô em direção ao cemitério Highgate. Antes de chegar, passei pela igreja de São José. Não sabia que tinha igreja de São José lá. Foi coincidência. Esse foi o segundo ano que participei da promessa. Não pedi nada além de abrir meus caminhos, mas fiz a penitência (alguns escorregões por confusão, mas os crentes disseram que acontece mesmo). Acho que esse ano farei novamente, apesar de ter dito que não faria. Sim, continuo ateia. Só sei que já são quase 2 anos sem pão por causa de São José (exceto pelas vezes que errei).
              'São José, no céu tem pão?' E morreu 

Seguindo. Depois da igreja, tem um parque. É bem bonito, tem dois laguinhos com uns patos. Parece ser bastante usado pela comunidade. Muitos idosos por ali também.

                                Parque de parque mesmo

Cruzando o parque é a entrada pro cemitério. Acabei perdendo um pouco a noção do tempo, mas devo ter ficado por lá umas 3h. É absolutamente lindo e vale a visita pra quem gosta. Eu amo cemitérios e visito sempre. É importante ser respeitoso e lembrar que tem gente ali enterrando os seus mortos. Não é um ambiente de festinha.
Highgate é um cemitério privado. É dividido em duas partes. A mais antiga é linda e estranha. Cheia de artes e história. A mais nova ainda tem vagas, caso estejam procurando um lugar pra descansar. Seu morto mais notório é Karl Marx e sua família. O dia estava lindo. Caiu um pouco de chuva, mas passou rápido.

                              Avenida egípcia 
                                 Cemitério 
                  Workers of all lands, unite!

Como falei, passei tempo demais andando pelos cemitérios. De lá, fui pra uma vila gótica. Ao chegar, descobri que não é aberto à visitação. As pessoas moram lá. Mas olha como é a vida: estava do lado de fora tentando localizar o caminho pro passeio seguinte e sai um cara da vila. Pergunto se é área de visitação. Ele responde que não é, mas diz que deixou o portão aberto acidentalmente e que eu poderia entrar e dar uma olhada, só precisava fechar o portão depois. E me dá uma piscadinha.
                       Vila gótica (Holly Village)

A vila é uma gracinha. As pessoas daqui são muito gentis. Serião. Nunca imaginei que seriam gentis assim. Muito prestativas mesmo. Povo londrino 10/10.
Segui pra estação. Queria ir a Camden, minha última parada do dia. Chegando lá, me surpreendi muito, mas acho que não deveria. Muita gente, muitos jovens, mas também era sexta de tarde e ali é point da moçada (tia vibes).
                      Vista do Camden Market 

Imagino que agora a noite deve estar lotado. Acho que vale uma visita mais longa depois. Fiquei interessada. Comi um chow main com tofu. Achei bem caro, mas foi bom pra dar uma sustância. Aqui, toda comida parece que falta sal e uns temperos a mais, mas tá bom.
De lá segui pro albergue. No metrô, um cara do meu lado estava lendo o alquimista, do Paulo Coelho. Indiquei pra ele Raul Seixas (fora, haters. Aqui é Raul Seixas de criancinha).
Foi um dia longo e cansativo, mas muito bom. Já estou me sentindo em casa aqui.

Escrito em 23/2/24

2 comentários:

Vera disse...

Muito bom viajar para lugares onde fala a língua com fluência. Divirta-se muito🫶👍

Carolina disse...

❤️❤️