terça-feira, 30 de julho de 2024

Hora de partir

Pedi pra mulher do Airbnb me deixar ficar até mais tarde na casa e ela deixou. Então meu dia foi assim: acordei cedo e fui reorganizar as malas. A real é que estava tentando colocar uma melancia dentro de um ovo e não tem como, mas teve que dar. Obviamente, cacei problema pra mim.
Arrumei tudo como deu e segui pro aeroporto. Saí umas 14h. O vôo é só às 19h50. Bom que deu pra me desesperar com a calma e tranquilidade de quem tem tempo pra queimar.
Já no balcão da companhia, fui informada que não poderia levar mala de mão, que teria que despachar. Como tinha coisa de valor (talvez ainda tenha), tive que tirar tudo e colocar numa sacola, já que a mochila também estava cheia de coisas de valor. Na pesagem, uma das malas passou do peso, então tive que redistribuir a bagagem de novo. Finalmente o peso estava certo. O cara encrencou com a mochila + sacola alegando que eram dois itens pessoais. Sempre viajo assim e nunca tive problema, mas tive que mostrar que eles me forçaram a tirar os itens de valor por me forçarem a despachar a mala de mão e, por mais que quisesse, não tinha como enfiar no cy. Eu tava irritada, mas não falei nesses termos. Bem, autorizaram.
Aí chegou o momento da checagem de segurança. Meusa migos... Tenho a sensação que no dia que pisei nesse continente dessa vez me colocaram em alguma lista. Fui checada em TODOS os aeroportos. Lisboa, Itália, Irlanda e aqui. Todas as vezes que entrei e saí. Todas! E hoje só foi diferente porque foi pior.
Verificaram minha mochila. Depois vieram falar comigo. Perguntaram se eu tinha feito a mochila, se tinha deixado só, se estava levando algo pra alguém, etc. Respondi tudo, mas já estava ficando nervosa. Não importa o tanto que eu saiba que não tem nada de errado, vai que coloquei um tijolo? Aí ele perguntou se eu queria declarar algo mais antes dele chamar o chefe geral. Falei que não. Mas já estava meio triste que ia ser presa com o tijolo imaginário.
O cara verificou tudo na minha mochila. Tirou tudo. Verificaram minha câmera mil vezes. Acho que o problema foi a câmera e os skittles. Deve ter dado alguma interação no raio x que fez parecer que tinha comprimido. É a segunda vez que tenho problema carregando skittles (a primeira vez foi em 2008 voltando dos EUA). Acho que tá na hora de parar, ir pra rehab de doces mesmo.
Aí passaram aqueles lencinhos pra verificar presença de substâncias em mim e nas minhas coisas. Não tinha nada, claro, me deixaram ir.
O vôo pra Lisboa foi tranquilo. Atrasou porque tinha uma área de turbulência ou algo assim. Piloto entrou errado pro pouso, mas como o povo da aviação fala 'pouso bom é o que todo mundo sai andando' então foi um pouso excelente!
Passei a noite toda em Lisboa esperando a conexão pra Brasília, que só sai de manhã. Tô rezando pra não ter problema com as malas. Eu não tenho uma muda de roupa em casa, além de todas as coisas que comprei e são caras... Bem, mais tarde saberei se deu tudo certo. Agora só resta torcer.
E agora é hora de dizer adeus por aqui. Obrigada a todos que acompanharam. Foi divertido ter esse espaço. Não tenho mais twitter e nenhuma outra rede social, tinha que encontrar uma forma de comentar as coisas e aqui serviu perfeitamente. Talvez volte na viagem pro Egito (não sei se o live aboard tem wi-fi, se tiver é uma possibilidade), talvez mantenha escrevendo aqui quando achar que cabe. Não sei. Só sei que esse capítulo termina aqui e foi muito divertido. Até a próxima!

Escrito em 30/7/24.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Londres



Hoje foi meu último dia inteiro em Londres. Só saí pra fazer umas compras. Tô pensando como enfiar tudo nas malas. Vai ter que caber, mas não vai ser fácil. Amanhã vou reorganizar a bagagem pra ver o que posso fazer. Não estou levando lembrancinha pra ninguém. Não tenham esperança. Nem chaveiro. Nem minha caneca que eu queria.
Mas vamos pra Londres. Nessa viagem, vim a Londres em três momentos: 4 dias na chegada (antes de ir pra Inverness), 4 dias depois da Itália (antes de ir pra York) e esse mês inteiro.
Nas duas primeiras vezes, todos os meus posts foram muito positivos. Falei que tinha amado Londres e os londrinos. Quando falava isso pras pessoas que conheci pelo caminho, eles se surpreendiam. A maioria tinha uma história ruim daqui. Diziam que as pessoas eram grosserias, nervosas e apressadas.
Esse mês fui forçada a concordar com eles. Todo dia presenciei briga em transporte público ou mercado ou só na rua mesmo. Gente muito nervosa e irritada. Isso acabou mudando minha atitude por aqui. Depois da agressividade gratuita das mulheres no show do Robbie Williams, passei a ter medo das pessoas. Principalmente mulheres brancas. E, não, aqui não sou vista como mulher branca. Daí pra frente, foi só ladeira abaixo.
Vi homem adulto dando piti de bater os pés no chão e gritar igual criança de três anos porque o cara do metrô disse que ele não conseguiria entrar com a bicicleta. E ele não foi o único. Tô começando a achar que os românticos que critiquei no outro post com os desmaios desmedidos talvez estivessem retratando a realidade da histeria nas terras de cá.
Aqui eles gritam com a pessoa por qualquer motivo. O cartão não passou no ônibus: gritaria. Eles presumem má fé sempre. Pra mim, isso é muito assustador. Não tô acostumada com esse nível de agressividade.
Todas essas coisas fizeram minha atitude mudar. Se nas primeiras visitas eu tinha uma certa abertura pras pessoas, dessa vez mal fiz contato visual. Sabe por que? Vi uma briga enorme no metrô porque um cara encrencou que uma mulher estava olhando pra ele. Teve que ter segurança lá.
Não sei o que mudou da minha última visita pra essa, talvez eu tenha usado mais transporte e saído para lugares mais comuns. Não entendo o que houve, mas é outro clima totalmente. Quando cheguei, tomei o tombo na banheira e fiquei uns dias me recuperando, só andei pelo bairro. Fui ao supermercado uma vez e a mulher gritou comigo porque meu cartão de fidelidade não tem código de barras (não consigo baixar os apps porque Playstore não reconhece que estou aqui) e tem que digitar os números. Digitou, mas antes teve a sessão descarrego dela. Tenho esse problema do cartão desde fevereiro, passei por sei lá quantas cidades, inclusive Londres, e nunca tive problema quando pedia pro pessoal digitar. Nunca. Depois foram as mulheres do show. E todos os dias daí pra frente foram assim. Diretamente comigo acho que foram só essas duas vezes (supermercado e show). Teve um motorista de ônibus que ia começar a gritar comigo por causa do cartão, mas já peguei o dinheiro e ele não gritou. Mesmo não sendo comigo, todo dia tinha uma cena.
Quando voltei de Cardiff, teve cena no ônibus (duas vezes) e no supermercado. Nos dois deu polícia. Não sei como alguém consegue viver nessa tensão a vida toda. Ou não vivem. Às vezes já estão acostumados. Pra mim, foi um mês de tensão constante. Turista já faz merda normalmente (não estamos acostumados com a cultura etc) e tento evitar. Além do nervoso de não querer fazer merda, ainda tinha o medo de levar grito. Então foi isso... Foi um mês que fiz bastante coisa, mas me senti mais isolada do que nunca.
Agora entendo demais quem está com malas prontas pra sair daqui. Obviamente encontrei gente muito legal e prestativa, mas já estava feral. Não queria contato nenhum com humanos. Foi um mês mas difícil.
Por isso também não escrevi tanto. Além de ser cidade e só estar fazendo coisas de cidade, na maior parte, que não me interessam muito, não queria transmitir as bad vibes desses dias aqui. E agora chegou ao fim. Volto pra casa com mala cheia, o coração e a cabeça também. Agora vamos pra vida real que toda fuga é temporária.


Escrito em 28/7/24.

domingo, 28 de julho de 2024

Sete irmãs

Nem todas as irmãs


Tem vezes que queria que alguém me parasse quando eu dissesse que vou fazer uma caminhada. Já comentei que nunca mais vou subir vulcão, mas não tinha falado nada de falésias.
Bem, sexta passada uma moradora do Airbnb me falou que ia fazer essa caminhada. Basicamente, você pega o trem até Seaford e anda até Eastbourne. Achei interessantíssimo. Meu plano inicial era ir pra Brighton, mas meu interesse tinha desaparecido há um tempo. As sete irmãs se tornaram muito atrativas. Fui pesquisar. Aí tá lá no site 'nível de dificuldade: 9/10'. Eu posso culpar alguém? Avisada eu estava, mas sou uma eterna otimista e decidi que ia. Acho que o principal é que dava pra desistir mais ou menos em qualquer ponto porque existe uma linha de ônibus. Isso me deu segurança de tentar.
Acordei cedo e descobri que a TPM tinha virado M (meu ciclo tá curto demais). Decidi que ia assim mesmo. Quando a cólica começou a apertar, já estava no ônibus pra estação. O roteiro de transporte é: ônibus, trem, trem, caminhada/ônibus (caso eu não aguentasse), trem e ônibus. E aí casa.
Primeiro susto foi o preço da passagem. Absurdo. A menina tinha me passado um valor totalmente diferente e eu, na confiança, não pesquisei. Infelizmente, não é ela que vende. O segundo susto foi a quantidade de gente fazendo o mesmo trajeto. Tô falando de centenas de pessoas. No caminho, falei com uma senhora e ela disse que nunca tinha visto aquilo, que sempre faz essa viagem e normalmente é ela e mais um passageiro. Então realmente tô com sorte. Pra ser sincera, dessa vez não me incomodou a quantidade de gente porque pensei que, tendo necessidade, teria quem me socorresse. Melhor que sozinha no meio do nada. Sem contar que poderia seguir o fluxo sem me importar tanto com o mapa.
Lá fui eu. Primeiro que tinha colocado uma palmilha nova e comecei a sentir meus dedinhos arrastando. Tirei a palmilha antes de causar danos e o tênis ficou muito mais confortável. A administradora do Airbnb tinha me dito que o passeio era super tranquilo porque os altos e baixos não eram tão altos e baixos. Na primeira descida, que vi que teria que voltar pro nível do mar pra depois subir tudo de novo, quis arrastar a cara dela no asfalto. Não dá pra confiar em magro.
Nas orientações tava escrito que tem que cruzar um rio. Que se tivesse cheio era melhor dar a volta, mas se tivesse vazio dava pra cruzar tranquilo. Só não falava que era tudo pedra. Não consigo andar em pedra. Não queria voltar tudo pra rodear. Sobrou passar de tênis mesmo. Meu tênis novo é 100% a prova d'água e eu confirmo! Só entrou água quando afundei quase até o joelho. 100% a prova d'água só Jesus que não afunda.
Achei que tinha cometido um erro estratégico grave e  gastei uns minutos preocupada com isso, mas não foi. Apesar dos pés molhados, não tive nenhum problema por isso. Só vou precisar lavar, mas tem máquina.
São sete irmãs, então são sete subidas e sete descidas e eu virei crente em cada mudança de elevação. Subir é difícil e descer é perigoso, então a tensão é constante. Uma guria caiu. Toda vez que alguém se acidenta ou passa mal, dou graças a Deus quando é magra. Não é maldade minha, não, é maldade do povo. Gordo não pode passar mal. Quando estava na Áustria no curso do Brasília sem fronteiras, todo dia tinha que subir um morro longo e bem íngreme. Todo dia achava que ia morrer. Um dia uma guria passou mal e precisaram chamar a ambulância. Ela era magra. Depois disso fiquei tranquila em passar mal também (mesmo sabendo que iam continuar culpando a gordura), mas nunca aconteceu. No passinho do elefantinho sempre chego lá.
Voltando pras irmãs. Dessa vez, tomei café da manhã, carreguei água e levei lanche. Acho que tudo isso ajudou a ter uma experiência menos sofrida. Ainda assim, na metade do caminho comecei a me preocupar com desidratação. E aí nesse momento de preocupação, uma mulher passa por mim e pergunta se eu tô bem. Respondi que estava querendo morrer, mas estava ótima. E ela falou (vocês não vão acreditar!) 'boa sorte porque ainda falta um tantão pra você terminar'. Vocês acreditam nisso? Eu nunca vi uma pessoa fazer isso com alguém. Todo caminhante mente! É assim que a gente sobrevive. 'Não se preocupe, mulher, já tá quase terminando. Você consegue!'. Esse é o único comentário aceitável pra um estranho numa caminhada. Fiquei horrorizada com a incivilidade dessa gente. Bárbaros.
Agora além de cansada, eu estava puta, mas tão bonito o mar. Tão gostoso o cheiro. Tão confortável o sol suave. Tão lindos os cavalos (dessa vez usei mais a câmera então estou com poucas opções de fotos e nenhuma dos cavalos). E aí fui indo. Andava de frente e de costas pra aliviar os músculos, mas tomando cuidado pra não cair. Evitei parar também, exceto pra fotos. Parar é perigoso por vários motivos, inclusive pro coração, mas minha preocupação era mais a psicologia do negócio. Então fui e fui.

Subidas e descidas
Parte do rio que molhou meu pé 
O início. Ainda em Seaford.
Muito escondida do sol
Sempre tiro essa foto (mato amarelo, mar e céu)
Final em Eastbourne

Bem, eu fui e fui. Aí tem uma parada com cafés e vista em Birling Gap. Peguei mais água, sentei um pouco e precisei decidir. Ali já estava o final. Podia continuar andando. Ainda tinha uma hora de caminhada até Eastbourne. Ou podia pegar o ônibus. Acho que estava bem pra continuar, mas não chegaria bem em Eastbourne, então decidi pelo ônibus.
Não me arrependo. Fui pra um pub, pedi comida, assisti uns esportes das olimpíadas, segui pra estação pra pegar o trem e voltar pra Londres. O trem tava bem vazio dessa vez. Já tomei banho, já sequei os pés e coloquei tudo pra lavar.
Ia fazer outras coisas, mas deitei e não imagino mais nenhum cenário em que eu seja capaz de levantar. Acho que nem incêndio. Se tivesse uma fralda, estaria usando.
E é isso. Reclamo, mas no fim das contas é isso que eu gosto de verdade.

Escrito em 27/7/24.

sábado, 27 de julho de 2024

Encomendas

Foto de Oxford só pra ilustrar 


Finalmente todas as encomendas chegaram! Estou livre e recebi tudo o que comprei. Posso viajar tranquila. Uma das encomendas tinha prazo de entrega posterior a minha partida. Vivendo no limite, comprei. Deu certo. Chegou! Agora sou dona proprietária de uma máscara de mergulho com grau. Os peixes do mar vermelho que se preparem para serem vistos detalhadamente.
Tirando a máscara, as compras de encomenda foram bem caras. Por isso toda a minha atenção em estar aqui pra receber e verificar o objeto o mais rápido possível. Parece que tá tudo certo.
Eu sabia que ontem meu cansaço não era normal. Hoje descobri que não era espiritual também. Era hormonal. Ainda vou morrer de TPM (não vou, mas é foda). Não quero procurar médico porque sei que vão me passar remédio e não quero remédio. Sei que tem um nível de sofrimento, mas nem se compara com o que passava com a pílula e essa é a única solução que a medicina terá pra mim então segue o jogo. Fico aqui na torcida pela menopausa.

Meu cabelo já tá bem branco (diria que uns 3%- sim, tô fazendo estimativa de porcentagem de cabelo branco. Quando chegar em 70% pretendo pintar de arco-íris). Não sei o que houve, mas esses meses embranqueceram meus fios. Não pretendo pintar. Vou ficar bruxona tipo a Maria Betânia (até chegar a hora do arco-íris). Favor não perturbar também com o tamanho do cabelo. Pretendo cortar, mas provavelmente farei eu mesma em casa. Nunca achei um cabeleireiro que entendesse o meu cabelo e não sugerisse alisamento. Não vou alisar, não vou pintar.
Uma coisa que percebi nos últimos meses é que, apesar de responder às pessoas e contar a origem da viagem (que começa com uma crise de meia idade e uma tour do Liam Gallagher), não faz mais nenhum sentido pra mim falar em crise de meia idade. Passou. Talvez esteja cansada demais pra ficar pensando besteira. Talvez esteja satisfeita demais pra caçar problema. Talvez simplesmente não veja mais o tempo com os mesmos olhos. Veremos até quando dura esse sentimento.

Escrito em 25/7/24.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Oxford

Tentativa de foto artística


É, amigos, estou nas últimas. Talvez esse retorno nem me traga sofrimento, só alívio. Estou me arrastando. Teve uma hora que pensei seriamente em deitar no chão e esperar chamarem algum socorrista pra me carregar.
Mas vamos começar do começo. Como sempre, comecei o dia cedo. Não tão cedo porque comprei a passagem fora do horário de pico, então o embarque era a partir das 9h. Deu tempo de sair num horário mais ou menos razoável. A questão é que dormi mal e acordei muito cansada. Muito. Parecia um cansaço quase espiritual mesmo. Achei que os dementadores tinham me encontrado.
Fui me arrastando até o ponto de ônibus. Depois fui me arrastando até o trem. Depois me arrastei pra fora da estação e comecei a me arrastar por Oxford. Não tinha nenhum plano específico. Oxford é uma cidade bonitinha e tava na lista do que eu queria ver então fui.

A primeira parada foi a catedral de Cristo (Christ Church). Metade do Harry Potter foi filmado lá. A sala comunal e vários outros pontos são usados como locação pra os filmes. Não entrei. Não quis mesmo, mas acho que se quisesse não poderia (não comprei ingresso com antecedência e vi gente dizendo que não tinha ingresso pra entrar. Não sei se o problema era o horário, já que eles chegaram no final da tarde, ou por lotação. Se for por lotação, eu não poderia entrar mesmo), então que bom não querer.

A área toda é lindíssima, imagino que a catedral também é. De lá fui pra biblioteca e pra torre, que também não quis entrar. Acho que dei mole de não ter entrado na biblioteca. Sinto que teria gostado. O problema é que eu estava muito cansada e irritada. Não era um bom dia pra passeio, mas não tinha escolha. Tinha as passagens compradas e também era o dia que eu conseguiria sair considerando que passei muitos dias presa esperando encomenda chegar (meus dias em Londres tem sido de compras e espera por encomendas intercalados com voltinhas em parques). A cidade estava lotada e não eram turistas muito educados, o que aumentou minha irritação e vontade de me isolar.

Biblioteca de Bodleiana

De lá, fui pro centro comercial. Uma gracinha. Arrumei um lugar pra comer e fiquei vendo o movimento. Depois fui olhar as lojas e o mercado. Acabei comprando umas besterinhas pra mim. Uma coisa que eu queria desde antes de vir e ainda não comprei é uma caneca. Não é possível que não vou achar uma caneca decente.

No mapa, tinha um salgueiro como ponto turístico. Era perto da Christ Church, então voltei pra lá. Eu amo salgueiros então, aproveitando que o tempo tava bom, fui sentar a sombra da árvore.

Esse é o salgueiro famoso, mas tem outros
Esse é o meu preferido da área

Sentei aí um tempão. Aproveitei pra ler um pouco. Terminei a insustentável leveza do ser há umas semanas, mas ainda estou pensando nele, e agora tô nos irmãos Karamazov. A insustentável leveza do ser é um livro interessante principalmente nesse momento em que o peso (metafórico, mas talvez físico também) me força a me arrastar pelo mundo. Foi ótimo ter lido agora. Tô pegando o ritmo dos irmãos e já fui conquistada. Provavelmente vou começar Fogo e sangue, do George Martin, para ler concomitantemente. Gosto de ler dois livros ao mesmo tempo, um mais leve/divertido e um mais pesado, ajuda a evitar a fadiga e manter a leitura.
Bem, sentei e li. Já era umas 15h quando cheguei lá. Saí umas 16h. É impressionante como o tempo passa rápido. Já era hora de voltar pra Londres. Lá fui eu me arrastando pra estação. Depois pro ponto de ônibus. Depois pra casa.
Tomei um belo banho e estou esperando ser carregada por Morfeu em toda minha leveza.

Escrito em 24/7/24.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Viagens

(What's the story) morning glory?


O turismo vive uma crise nas terras de cá. A população está cansada de visitantes e está certa. Em vários posts eu comentei o tanto que estava incomodada com o modelo de turismo, que realmente não me serve. Fico imaginando o desespero que deve ser morar nesses lugares. Pânico.
Daria pra pensar que a população local ganha algo com turismo, mas não ganha. O turista compra pacotes baratos, não gasta tanto assim no local e se utiliza dos serviços. Pra população local só sobra preços inflacionados e sujeira. O dinheiro fica com as redes de hotéis e empresas aéreas. É um modelo de turismo muito predatório.
Selecionar turista também é complicado. Quer selecionar o turista que gasta mais? Eles também são os que consomem mais (no sentido de recursos naturais) e causam maior inflação e a conta continua não fechando, sempre em desfavor dos locais.

Como viajante, pretendo nunca mais sair de casa em alta temporada. Junho/julho, dezembro/janeiro/fevereiro, se me encontrarem num aeroporto, pode chamar a carrocinha. Só me liberem se eu tiver uma excelente desculpa.
Acho que nunca vou esquecer a sensação ruim que foi Florença e Paris (e não foi alta temporada), principalmente. Assis e Ravena foram dos lugares que mais gostei, mas o turismo descontrolado também marcou a experiência. No UK, não sinto que houve tanto problema pra mim. Os preços de hospedagem e transporte subiram muito, mas não houve nenhum momento que a multidão era tanta que incomodou. Só em Londres mesmo dessa vez agora. Mas essa visita vale um post separado.
Tô falando como alguém que gosta de viajar ao sabor do vento: acho que vão precisar regular melhor entrada e saída de gente se quiserem sobreviver. De minha parte, quando tiver condições de viajar de novo, pretendo voltar pro meu esquema de conhecer Brasil (apesar de achar o turismo no Brasil predatório e deprimente) e América Latina. Em três anos poderei fazer uma viagem longa de novo e provavelmente será pela Ásia.
Bem, viajar é muito bom. Pra mim também é uma fuga da realidade. Fugir da realidade às vezes é necessário. A última coisa que quero fazer quando fujo da realidade é ter que lidar com excesso de gente e barulho. Preciso de espaço pra contemplar.
Às vezes me pergunto porque o Brasília não recebe tanto turista e às vezes dou graças a Deus por isso!


Hoje é aniversário da minha tia Zaza. Ela também gosta de um pé na estrada. Muita saúde e dinheiro, que nunca falte forças pra andar, tia!

Escrito em 22/7/24.

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Ressaca

Alguma estrada da Escócia 


O show do Noel me deixou satisfeita e triste ao mesmo tempo. É o ponto final dessa viagem. Como posso voltar pra vida real?
Não foi fácil. Lidei com um monte de problemas, senti muito cansaço, gastei muito dinheiro (essa parte ainda vou sofrer por um tempo) e aconteceu um tanto considerável de merda, mas sabia que no final, quando estivesse contando minhas cicatrizes (bem thanK you aIMee, da Taylor Swift), só iam ficar os momentos mais legais na memória. E é exatamente isso. A tristeza que bate é só vontade de continuar vivendo assim. Eu falei lá naquele primeiro post que voltar era uma das partes mais sofridas e talvez essa seja a volta mais difícil de todas (espero que não seja tão ruim quanto no Equador, que pessoas me consolavam no aeroporto). Tô cansada. Sei que está na hora de voltar, mas não queria. Não quero. Lembro ainda pequena falando pra minha tia Zaza que vim pra esse mundo a passeio e ainda sinto exatamente isso. Custava nada ter nascido rica. Meu Deus, por que tanto bom gosto pra tão pouca renda?

Esse foi um dos dias mais bonitos. É minha foto preferida de todas.

Em outros tempos, metade dessas ilhas seriam minhas só pelo tanto de xixi que fiz nos matos daqui. Mas, não, agora preciso de visto e emprego. Só pra deixar claro: não quero imigrar. Só quero ser rica, sabe?! Poder tirar um sabático de vida toda andando de lugar em lugar até cansar e voltar pra casa, pra voltar a andar logo em seguida. E casa pra mim sempre será Brasília (ou Maui ou Floreana- pra ser rica só me falta o dinheiro mesmo- acho que tenho um negócio com ilhas talvez...). 
Bem, tá chegando a hora de voltar e eu senti o peso disso na saída do show do Noel. Só vi futuro. Acabou aqui e a próxima parada é vida real. Ainda tenho umas férias no Egito, mas aí é outra coisa.
Agora estou fazendo as últimas compras e tentando enfiar tudo na mala. Poucas coisas que trouxe voltarão comigo. As calças ficaram em Paris, a bota em Manchester, mochila e casaco em Dublin. Devo ter perdido mais coisas por aí que só vou saber depois. As unhas dos dedões dos pés vão voltar, mas bem mais ou menos, diria até que já 'morreram', mas ainda estão com algumas partes grudadas na carne. Quase todos os remédios vão voltar. Acho que tomei dois Dorflex nesses meses todos. A minha bolsa de remédios é um negócio que hipocondríaco nenhum botaria defeito. Meu cabelo tá muito feliz com o retorno. Não se deu bem com a água daqui. Apesar disso, cresceu bastante e está mais cheio. Tô cheia de cabelo novo.

Eu indo nadar em Scarborough. Esse quarto era meio fedido.

Cara, me diverti demais. Rever as fotos desses 5 meses dá um quentinho no coração. Às vezes é a única forma de lembrar de tudo. Tirei pouca foto de mim nos lugares, mas tá bom.

Eu desconfiada em Gales 

Eu querendo morrer em Paris 

Eu felizinha em Mont Saint Michael 

Eu traumatizada pela Igreja Católica em Assis

Eu sendo uma Derry girl

Eu seguindo a Arya na Dark Hedges 

Eu feliz com pedra

Eu satisfeita no mato

Eu, Liam e John no meu segundo dia de viagem

Eu e um cavalo querendo cenoura (nenhum de nós tinha pra dividir)

Eu sendo uma senhora vitoriana tuberculosa deprimida nas termas de Bath 

Ainda tenho mais de uma semana pela frente. É mais que muita gente tem de viagem no ano, então ainda tem mais coisas pra acontecer, mas não muito mais. Foi divertido e tá acabando. Aliás, lembrei de uma vez numa festa na casa de uma amiga um cara falando que 'ainda tem umas minas fim de festa' e acho que esse é o espírito. Agora só tem umas minas fim de festa e elas só querem se divertir e não querem voltar pra casa.

Escrito em 19/7/24.


quarta-feira, 17 de julho de 2024

Noel Gallagher

Noel ❤️


Dia de show sempre é um dia de tensão e, nesse caso, foi ainda pior. Normalmente, compro a passagem quando chego na estação, mas tá tudo muito caro e comprar de última hora tá impeditivo. Comprei antes e comprei bem cedo. Precisava estar no trem 8h, ou seja, precisava sair do Airbnb no máximo 7h, que no meu relógio é 6h. Queria tomar banho antes de sair e café da manhã. Em resumo, acordei 4h e mal dormi de tanta ansiedade. Conferi mil vezes as datas e os horários morrendo de medo de errar.
Deu tudo certo. Cheguei no albergue em Cardiff 11h. Deixaram fazer o checking 12h30 e eu saí pra verificar o castelo, local do show. Queria ver a entrada etc. Meu ingresso era daqueles muito bons, mas numa plataforma. Suspeitava que não seria tão perto do palco assim, mas tudo bem.
Esqueci a bandeira do Brasil, então fui tentar achar alguma. Não deu certo. Voltei pro albergue pra descansar e segui pro show. Entrada VIP. Só tinha eu, dei mais uma volta, quando retornei chegou mais um cara. 17h15 e nada de abrirem a entrada. Quando autorizaram, fui a primeira, mas o cara tinha umas pernas enormes e me passou com facilidade. A questão é que não tinha ninguém lá. Tinha uma banda ensaiando no palco e zero público. Vi onde era a plataforma e era muito longe. Muito. Já sabia que com meu ingresso poderia ficar onde quisesse (exceto área de necessidades especiais), então segui pra frente do palco. Depois liberaram o público, mas meu lugar de frente pro Noel tava garantido.

O negócio de ficar na frente, pra mim, não é nem tanto o artista, apesar de eu achar bom. A questão é que, se for pra ficar em pé, pelo menos tem uma grade pra se pendurar. Pra mim, ou é cadeira ou grade por isso. Ficar em pé sem grade é mais sofrido. Não que eu não fique. No do Robbie Williams foi assim. Só dói mais.
Bem, portão abriu 17h20. Show do Noel só às 21h. Antes tocaram duas bandas. Uma delas chama The Big Moon e eu achei muito boa. Só gurias e elas são ótimas.

As meninas 

Depois delas foi o Noel. Queria lembrar o setlist, mas não lembro. Acho que desse show não vai ficar nada na minha memória, só as sensações talvez.

Só vibes

Sei que começou com Pretty Boy, que é a música que eu mais odeio na vida. Acho que nem sertanejo causa sensação tão negativa em mim e, olha, odeio sertanejo com a força de mil sóis. Ainda não consigo entender como ele fez isso e como deixaram ele fazer isso. Pelo making off do álbum, tentaram avisar, mas ele insistiu e a galera mudou o tom. Eu não mudo, mas também eu não importo. Ele cantou Pretty Boy e cantei junto. Nem mantive meu protesto de não cantar essa. Cantei, mas continuo achando horrível.
Mas aí tem um lado bom: começando assim, só poderia melhorar. E melhorou muito. Sei que cantou umas 5 do novo álbum, council sky, algumas dos trabalhos solo anteriores e finalizou com Oasis. Cantou stand by me. Eu chorei. Talk Tonight chorei também. 
De todos os shows, foi o mais diferente. Não teve uma gota de nostalgia no meu coração. Se com os outros vi o passado, com o Noel vi o presente e o futuro. Vi todas as rugas e não lembrei nenhum minuto do jovem. Nenhum momento da minha vida passou na lembrança. Os 28 anos se passaram pra ele e pra mim (e pra todos nós), as marcas estão todas lá, mas não tem nenhuma nostalgia, só tem futuro.

Escrito em 17/7/24.

sábado, 6 de julho de 2024

Robbie Williams



Meu plano era chegar bem cedo pra ficar na frente, mas não deu certo. Amanheceu chovendo. Acho que eu também estava um pouco ansiosa e não dormi. Mas não dormi nada mesmo. Acho que fui pregar o olho já era quase 4h da manhã. Acabou atrasando meu planos.
Fui me arrumar, peguei o ônibus, cheguei no Hyde Park, localizei minha entrada e o app do evento não localizou meu ingresso. Já era quase 16h, talvez já tivesse passado disso. Bateu desespero. Finalmente deu certo e entrei na área VIP. Meu ingresso era pra área VIP e Golden Circle. Caríssimo. Usei o banheiro da área VIP só pra justificar o pagamento.
Segui pro Golden Circle. Uma pessoa anda mais facilmente nesses ambientes de multidão. Consegui ficar numa boa posição, mas ainda tinha intenção de me movimentar mais. Muita gente ainda estava sentada no chão, então ia abrir mais espaço quando levantassem.

Minha primeira posição 

O palco era muito alto pra mim, então ficar muito perto poderia ser ruim. Quando o Seal entrou, vi que tinha uma passarela, achei que chegar na passarela seria bom. Fui me movimentando. Vi que tinha uma espaço inteiro sem ninguém e fiquei olhando pra ele um tempão. Perguntei pra mulher na minha frente se ela se importava de eu tentar chegar naquele espaço, ela falou que não, então fui. Cheguei lá. Tava super feliz. Fiquei um tempão. Aí a mulher do meu lado perguntou se eu tinha chegado lá naquela hora. Nem entendi o questionamento. Ela começou a falar que tinha chegado sei lá que horas da manhã pra pegar aquele lugar e eu falei 'não tinha ninguém aqui'. E ela continuou dizendo que sei lá quem estava lá e repeti 'não tinha ninguém aqui, pedi licença pras pessoas e elas me deram'. Bem, daí passei o resto do tempo sofrendo assédio dessas mulheres. Não me mexi. Eu não empurrei ninguém. Não passei por cima de ninguém. Pedi licença pra todo mundo. Não fiz nada errado.
Mas aí veio o Robbie Williams e eu só queria curtir o show e curti muito.

Aqui é ele me agradecendo por dizer que ele ainda é jovem (eu grito muito alto)

O show foi incrível. Ele realmente entrega. Durante o show, ele disse que é a primeira vez que ele entra relaxado num palco e pareceu isso mesmo. Ele parecia que estava se divertindo também. Foi muito legal. Chorei em três momentos: come undone (chorei feio mesmo), advertising space (a que ele fez pro Elvis) e I love my life. A família dele estava lá, mas ele falou safadeza o show todo. Impressionante. Ainda mais que ele contou pra todo mundo que está com problema de ereção em algum dos mil podcasts que ele faz. Realmente é complicado saber tanto da vida de alguém.
Ele conversa com o público o tempo todo. Se nos outros artistas, inclusive o Take That, eles deixavam as músicas contarem a história, o Robbie fez questão de contar ele mesmo. No início, ele tinha avisado que era show pra gente, mas pra ele era terapia. Foi isso mesmo. Ele contou a história e a dor dele enquanto a gente dançava.
Assisti o documentário dele assim que saiu. Queria as fofocas, mas ele fez também terapia. Não tinha gostado muito por causa disso. Eu entendo que ele precisa processar o que passou, mas me incomodava que ele estivesse fazendo isso tão publicamente. Ele não quer só se entender, ele quer ser entendido e isso o deixa muito vulnerável. É bonito e também é assustador. Ele tá feliz e espero que continue assim.

Ayda, Teddy e Robbie 

Foi um show lindo. Todos os maiores sucessos. Todas as alfinetadas em todos os inimigos. Cantou e dançou. Continua dançando muito bem.

O Noel em altura real

Pouca gente no mundo é tão obcecada pelos Gallaghers quanto o Robbie. É que foi um momento importante demais. Aquele final de semana em Glastonbury com os Gallaghers foi fim dele no Take That. Ele se resolveu com o Liam, agora tá atrás do Noel. Cantou don't look back in anger do Oasis imitando o Liam, apesar de ser o Noel que canta. O dançarino gordo do Take That (assim que o Noel chamava ele) foi muito longe e ainda tem muita lenha pra queimar. Que venham os próximos 30 anos!

E ele ainda jogou a camiseta pra mim 

Escrito em 7/7/24.


quarta-feira, 3 de julho de 2024

A queda

Foi nesse canto, entre a porta e a banheira


Ontem não quis dizer exatamente quão ruim foi o tombo porque ainda estava preocupada, mas foi muito ruim. Por uns 5 segundos, antes de cair de fato, eu achei que ia morrer.
Vi tudo em câmera lenta. Primeiro perdi tração da banheira, comecei a escorregar e sabia que seria muito ruim porque o banheiro é muito apertado. Caí pra fora da banheira, enrolada na cortina, igual em filme. Acho que por isso achei que ia morrer também. Foi uma queda cinematográfica e normalmente os personagens morrem.
Acho que nem tentei me segurar. Quando bati no chão foi primeiro a bunda, depois ombro/costas e depois cabeça. Acho que foi minha sorte a bunda ter amortecido. Quando a cabeça atingiu o chão (ou a porta, não consigo lembrar), ficou tudo branco e foi essa hora que eu achei que tinha morrido.
Assim que terminei de cair, já me mexi. Não queria ficar naquela posição. Fiquei de joelhos, mas com a cabeça no chão por um tempo. Depois que vi que não ia desmaiar, mandei mensagem pra mulher do Airbnb avisando que tinha caído (pro caso de eu perder a consciência) e estragado a cortina da banheira e fui terminar o banho. Estava com condicionador no cabelo e sabonete no corpo.
Mandei mensagem em inglês, em português, escrevi o blog, me forcei a ficar acordada por pelo menos 3h depois da queda. Meu medo principal, que era a batida da cabeça, desapareceu. Eu estava coerente, não estava com enjôo. Quando fui dormir, já estava tranquila. Sabia que ia acordar toda dolorida, mas pelo menos a cabeça tava boa.
Hoje acordei muito cedo, tipo antes das 3h e achei estranho não ter muitas dores, mas estava com cólica. Agora já está no meio da tarde e a dor principal é no pulso, mas dá pra ver que não tem nada quebrado. Movimentação normal e sem inchaço. No pulso esquerdo tem um roxão. No direito, só a dor, mas não sei do que porque acho que não chegou a bater.
Bem, eu tive sorte. Preferiria a sorte de não cair, mas caindo, foi o melhor resultado possível. Não quebrei nada, tô praticamente sem nenhuma dor. Até a dor de batida é tão leve que só dói se tocar. Acho que o susto que me deixou mais impressionada. Poucas vezes na vida achei que ia morrer (na real, acho que foi a primeira vez). Acabou que minha menstruação adiantou uns dias, o que é bom porque já devo estar bem pro show.
Tive sorte demais nessa. Hoje fiquei descansando e lavando roupa. Fiz hidratação no cabelo. Cozinhei o almoço e saí pra comprar mais umas coisas pra refeições. Vida que segue com muita sorte.

Escrito em 2/7/24.