Tentativa de foto artística
É, amigos, estou nas últimas. Talvez esse retorno nem me traga sofrimento, só alívio. Estou me arrastando. Teve uma hora que pensei seriamente em deitar no chão e esperar chamarem algum socorrista pra me carregar.
Mas vamos começar do começo. Como sempre, comecei o dia cedo. Não tão cedo porque comprei a passagem fora do horário de pico, então o embarque era a partir das 9h. Deu tempo de sair num horário mais ou menos razoável. A questão é que dormi mal e acordei muito cansada. Muito. Parecia um cansaço quase espiritual mesmo. Achei que os dementadores tinham me encontrado.
Fui me arrastando até o ponto de ônibus. Depois fui me arrastando até o trem. Depois me arrastei pra fora da estação e comecei a me arrastar por Oxford. Não tinha nenhum plano específico. Oxford é uma cidade bonitinha e tava na lista do que eu queria ver então fui.
A primeira parada foi a catedral de Cristo (Christ Church). Metade do Harry Potter foi filmado lá. A sala comunal e vários outros pontos são usados como locação pra os filmes. Não entrei. Não quis mesmo, mas acho que se quisesse não poderia (não comprei ingresso com antecedência e vi gente dizendo que não tinha ingresso pra entrar. Não sei se o problema era o horário, já que eles chegaram no final da tarde, ou por lotação. Se for por lotação, eu não poderia entrar mesmo), então que bom não querer.
A área toda é lindíssima, imagino que a catedral também é. De lá fui pra biblioteca e pra torre, que também não quis entrar. Acho que dei mole de não ter entrado na biblioteca. Sinto que teria gostado. O problema é que eu estava muito cansada e irritada. Não era um bom dia pra passeio, mas não tinha escolha. Tinha as passagens compradas e também era o dia que eu conseguiria sair considerando que passei muitos dias presa esperando encomenda chegar (meus dias em Londres tem sido de compras e espera por encomendas intercalados com voltinhas em parques). A cidade estava lotada e não eram turistas muito educados, o que aumentou minha irritação e vontade de me isolar.
De lá, fui pro centro comercial. Uma gracinha. Arrumei um lugar pra comer e fiquei vendo o movimento. Depois fui olhar as lojas e o mercado. Acabei comprando umas besterinhas pra mim. Uma coisa que eu queria desde antes de vir e ainda não comprei é uma caneca. Não é possível que não vou achar uma caneca decente.
No mapa, tinha um salgueiro como ponto turístico. Era perto da Christ Church, então voltei pra lá. Eu amo salgueiros então, aproveitando que o tempo tava bom, fui sentar a sombra da árvore.
Sentei aí um tempão. Aproveitei pra ler um pouco. Terminei a insustentável leveza do ser há umas semanas, mas ainda estou pensando nele, e agora tô nos irmãos Karamazov. A insustentável leveza do ser é um livro interessante principalmente nesse momento em que o peso (metafórico, mas talvez físico também) me força a me arrastar pelo mundo. Foi ótimo ter lido agora. Tô pegando o ritmo dos irmãos e já fui conquistada. Provavelmente vou começar Fogo e sangue, do George Martin, para ler concomitantemente. Gosto de ler dois livros ao mesmo tempo, um mais leve/divertido e um mais pesado, ajuda a evitar a fadiga e manter a leitura.
Bem, sentei e li. Já era umas 15h quando cheguei lá. Saí umas 16h. É impressionante como o tempo passa rápido. Já era hora de voltar pra Londres. Lá fui eu me arrastando pra estação. Depois pro ponto de ônibus. Depois pra casa.
Tomei um belo banho e estou esperando ser carregada por Morfeu em toda minha leveza.
Escrito em 24/7/24.
Nenhum comentário:
Postar um comentário