Ainda com todos os problemas do carro, saio de Inverness. Sem ver aurora, sem ver Nessie. Deixando pra trás uma cidade lindíssima que eu não consegui aproveitar como gostaria.
Escolhi o trem mais barato: Inverness-Aberdeen, Aberdeen-Edinburgo. Quase metade do preço do trem direto.
Cheguei no final da tarde. Só dei uma voltinha pra tentar achar comida. Queria comida mesmo. A última vez que comi direito foi o macarrão com tofu em Camden. Dessa vez escolhi arroz com tofu. Era grande demais. Fiquei muito cheia e fui dormir.
A voltinha deu pra ver o tom da cidade. É uma cidade de festa. Muita gente, muita coisa pra fazer. Vida noturna agitada. E uma cidade absolutamente maravilhosa. Acho que estou apaixonada pela Escócia toda.
No trem, vim batendo papo com uma senhora. Os escoceses são muito orgulhosos de seu país, sem nacionalismo vazio e essa breguice patriota que a gente vê em alguns países, eles são orgulhosos de sua comunidade e origem, por isso sabem identificar quem são os inimigos de verdade. Bebem muito e fumam demais, mas parecem felizes no geral. São muito gentis e prestativos, mas sarcasmo e ironia são a base da comunicação.
Estou sentindo como se só estivesse passando por lugares. Sexta começo a terceira etapa da viagem (separei em etapas: chegada, Highlands, Irlanda, shows) e quero começar a ficar. Nunca vou pertencer, mas quero estar em um lugar por tempo suficiente. As movimentações constantes atrapalham a vivência e eu quero a vivência. Ainda tenho mais de 140 dias pela frente. Recalculando rota.
Escrito em 5/3/24
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