segunda-feira, 15 de abril de 2024

Bolonha 2

Estação de trem em Bolonha


Acordei cedão e fui pro mundo. Estava com muita cólica e muito desconfortável mas não dá pra perder um dia assim. Então fui.
Comecei com o planejado: peguei ônibus em direção a estação. Na estação, comprei a passagem pra próxima cidade pro dia seguinte. Tudo simples e fácil, mas eu me sinto burra todo santo dia. Sei que não sou. É só que nada me é familiar. Não sei pra onde vou ou como vou, não sei como as coisas funcionam, como se paga. Tudo demora um pouco mais porque não conheço nada. É o problema de ser turista.
Pra piorar, meu cérebro me odeia. Desde ontem, a minha língua de preferência é o espanhol. O problema é que não falo espanhol. Meu cérebro trava todas as vezes. Não fala nem inglês nem português, muito menos italiano, é direto no espanhol. Terra Nostra não me ensinou nada. Então eu tô passando essa humilhação com meu cérebro que não consegue falar um Ciao e já manda direto um Hola sem qualquer sentido.
Perto das 10h resolvi comer. Parei numa lanchonete e pedi o caprese da foto. Vou dar a real aqui: tava uma delícia mas o meu é melhor. Além disso, era grande demais. Eu queria que as comidas fossem menores é um negócio desses e não dá pra comer mais nada.

Segui pro parque lutando pra respirar. Um cara ficou me chamando pra fumar maconha e isso foi muito desagradável. Deu um pouco de medo.

Entrada pro parque 

Ruinas romanas 

Andei pelo parque e não tinha nada legal lá, então passei medo a toa. De qualquer forma, era o caminho pra sorveteria que vi num blog, então era importante pra mim.

Leão, cobra e antílope (ou algum cervo, sei lá)

Saindo do parque tive uma surpresa: uma mega feira de rua. Não imaginava que veria algo assim por aqui.

Feira dos goianos de Bolonha

Na sorveteria, minha ideia era experimentar vários sabores, mas pedi o de tangerina de primeira e foi bom demais, acabei pedindo várias vezes o mesmo.

Tangerina com chocolate e avelã 
Tangerina com creme de limão 
Tangerina com creme de limão

Essa combinação de tangerina com creme de limão foi a vencedora. Por mim, tinha comido uns 7 desses, mas tenho bom senso e a dor tinha aumentado bastante. Segui a caminhada de volta pro albergue.
No albergue, conheci uma venezuelana e passei mais de 8h conversando com ela direto. Doutora em literatura, largou tudo pra fazer um curso de ilustração que ela sonha em fazer desde criança. Ela também tá com 40 anos e faz aniversário uns dias depois de mim, em setembro. Quantas outras virginianas de 40 estão em crise de meia idade e resolveram realizar seus sonhos infantis?
Bem, foram 8h de conversa em inglês e espanhol (eu não falo espanhol). Terapia em dia.
Amanhã é dia de mudança de novo. Que venham os novos caminhos!

Escrito em 12/4/24.


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