quarta-feira, 5 de junho de 2024

Coisas que percebi no caminho 2

Só tenho essa foto de cachorro. Sei que já postei.

Depois que escrevi o primeiro post das coisas que percebi no caminho, vi que deixei o principal de fora: os cachorros. Eles são muito estranhos. Nunca na minha vida vi cachorro assim e já andei por aí. Os daqui estão cagando pra pessoas. Sabe cachorro brasileiro que anda olhando pra cima procurando contato visual com humanos? O cachorro daqui não faz nem isso. Eles não olham pra ninguém. Baixam a cabeça e vão farejando de um lado pro outro, quase como cão de caça, mas são todas as raças. Podem se estranhar entre eles e são afetivos com os próprios donos, mas não querem papo com estranhos na rua.
Um dia estava sentada no parque, um senhor com cachorro sentou ao meu lado. Uma guria veio pedir pra passar a mão no cachorro dele. Ele respondeu 'olha, dear, até pode, mas ela é muito tímida e não deve deixar'. A menina foi com a mão e a cachorra esquivou. Esquivou! Nunca vi nada parecido em cachorro. Em gato, esse é o comportamento normal.
Esse cachorro aí da foto nessa pose me viu. Ele chegou a virar a cabeça na minha direção, depois virou a cara com desprezo. Abanou o rabo porque viu um humano olhando pra ele? Nadinha! Nem sinal de carência. Não existe cachorro carente na Inglaterra. No Brasil, eu brincava com todos os cachorros que passavam por mim e eles adoravam. Agora estou nesse país que nem cachorro demonstra afeição em público.
Falar em afeição em público, uma coisa que eu acho lindinho aqui são os casais +80, os dois lascados que não conseguem nem andar eretos, de mãos dadas. Não vi nenhum casal mais jovem de mãos dadas, só os mais antigos.

E falando nos mais antigos, eles estão em todas as partes e são muito ativos. Até quando tem problema de locomoção, vão naquelas cadeiras de rodas motorizadas pra todos os cantos. Acho que só param em casa quando não tem mais jeito mesmo. Fora isso, estão na rua, fazem suas compras, viajam com os amigos ou família. Acho que aqui ainda é um bom lugar pra envelhecer.

Escrito em 4/6/24.

2 comentários:

Cachorraaaaaa disse...

É que a nossa mãe não nos deixa falar com estranhos kkkkkk

Carolina disse...

Amiga, sabia que você viria aqui defender sua espécie, mas eu nunca vi cachorro que não abana o rabo, sabe?!