segunda-feira, 24 de junho de 2024

Doentinha

Arte


É, fiquei doente. Acho que a recuperação vai ser bem rápida porque mal começou e já parece estar terminando. Vamos ver como será essa noite. Dormi muito bem de novo. Devo ter tossido um pouco (espero que não), mas nada que me impedisse de continuar dormindo, não sei como foi pra guria do quarto. De manhã bem cedo, quando já estava acordada, tossi. Preferi sair pra deixar a menina dormir. Fiquei lendo na sala de convivência. Umas 9h voltei e ela já tinha saído. Enrolei um pouco porque não sabia o melhor a fazer. Não queria ficar, mas também não queria forçar e talvez piorar minha situação. Saí pra uma volta levíssima aqui perto.
Estava terminando de ler o conde de monte Cristo e é meio difícil parar quando falta tão pouco. Fui pra um parque e terminei de ler lá. Toda vez que pego esses livros mais ou menos de 1800 escritos por homens europeus fico pensando se era normal ser dramático assim. Todos eles são exaustivos pelo excesso de emoções. Dickens, Blake, Dumas. Aí falam de Jane Austen... Ela é trezentas vezes mais sóbria que esse bando de românticos histriônicos. Jane Austen e Mary Shelly rainhas. Sério, que preguiça e eu sou pró drama sempre. Sou totalmente favorável, mas as pessoas de fato ficavam com febre de raiva? Elas de fato desmaiavam de medo (beijos, 01)? Elas ameaçam se matar por qualquer contrariedade? Exaustivo viver assim. Talvez essa burguesia precisasse de um emprego. Quem me conhece sabe que eu jamais receitaria trabalho pra alguém, mas acho que esses personagens se beneficiariam de um problema de verdade pra cuidar.
As partes de julgamento social por um 'escândalo', acredito plenamente. Não acho que mudamos tanto. Acho que ainda tem muita gente se isolando por medo do julgamento alheio, ou pelo que considera como julgamento alheio, mas que também não espera um respiro pra julgar os outros. Meu conselho é só o seguinte: se olhar de perto, ninguém tem a vida dos sonhos e eu diria que 98,9% das pessoas é meio infeliz. Comunidade (amigos, família, etc) é o que faz a vida tolerável. Divida sua vida com os outros e se encontrar julgamento, bem, é a vida. Uma hora encontrará acolhimento. Vulnerabilidade não é defeito.
Não vou ao extremo de dizer que não se deve se importar com a opinião de ninguém afinal também nos construímos e percebemos a partir do olhar dos outros, mas definitivamente acredito que não devemos deixar de fazer o que queremos por causa do julgamento alheio (a não ser que seja antiético- veja que não falei ilegal. Eu sou a favor de várias ilegalidades). Só sei que metade do problema do mundo se resolveria se as pessoas largassem as picuinhas de lado e deixassem as pessoas em paz pra viverem suas vidas como acreditam.
Resumindo: Conde de Monte Cristo é um tremendo de um cuzão megalomaníaco com delírio religioso e, portanto, sádico. O livro é excelente. Ainda quero saber se Dumas de fato via gente desmaiando por qualquer susto.
Depois de terminar essa obra prima da literatura européia (o conde deixou um cara achar que estava se matando porque 'só quem passou por um desespero profundo pode conhecer a felicidade profunda'. Isso aí é problema psiquiátrico gravíssimo, mas tão tratando como lição de moral), passei numa loja. Minhas roupas estão com uma aparência muito ruim. Sei que falei que não compraria mais nada, mas se eu estou incomodada é porque o negócio é grave. Não comprei nada demais não. É parecido com o que tenho vestido mesmo, mas mais novo e mais arrumadinho. Acho que o excesso de lavagens deixou tudo meu com aparência de velho. Bem, comprei.
Depois fui jantar a comida mais familiar e confortável que existe: macarrão, tofu e shoyu. Estava de guarda baixa então demorei pra perceber a ofensa: fui a única cliente a receber garfo. Não por acaso, era a única cliente percebida como branca (os outros eram todos asiáticos, provavelmente chineses). Eu sei usar hashi. Não precisava ser tratada dessa forma.

Delicioso

E foi só. Um dia tranquilo. Amanhã tenho planos de fazer mais coisas.


Escrito em 23/6/24.

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