domingo, 16 de junho de 2024

Liam Gallagher



Dois dias de chuva e frio. Sexta e sábado. Não saí. No sábado, perto de sair, já pronta, começou a chover. Desisti. Estava sentindo minha garganta desde quinta a noite por causa daqueles 30 min de fila antes do show. Não quis forçar. Eu até consigo lidar com o frio, mas frio e chuva na rua complica. Em casa é ótimo. Estou confortável, suíte individual, comida boa por que sofrer? Meu interesse em sair era ver a casa de infância dos Gallaghers mas, apesar de ser ponto turístico e todo mundo saber o endereço, me sinto estranha indo até lá. E se eu encontro a mãe deles (ela ainda mora lá)? Tentei entrar num tour musical guiado por Manchester, isso me interessaria muito porque bandas incríveis são daqui, mas todos estão lotados e eu suspeito que é por causa dos shows do Liam. Muito gente de fora, assim como eu, quis vê-lo aqui, na casa dele. Fora isso, nada em Manchester me interessou.
O pouco que vi, meio que me senti em Gotham. Dá medo de cruzar com um palhaço na rua. Ando me arrastando em todos os lugares, Manchester me ensinou a andar rápido.
Essa é a semana dos shows e sempre foi planejada dessa forma então não sinto que perdi nada porque nunca tive interesse em ver nada específico aqui. Tudo na paz. O show de hoje é o mais importante. Toda essa viagem só existe por causa do Liam.
Já estou ensaiando pra vir ao Reino Unido/Irlanda há um tempo e sabia que não poderia ser só uma viagem de férias. Há uns anos, me inscrevi em um mestrado na Irlanda e não passei. Já estava de olho em alguns cursos mais longos. Não é de hoje que quero estar aqui.
No auge da minha crise de meia idade, Liam disse no twitter que faria um show para comemorar o Definitly Maybe, já que o Noel/Oasis só queriam relançar o álbum. Lembro bem desse dia porque foi quando decidi que se ele fizesse a tour, eu viria pra cá. E ele fez e eu vim.

Liam e Robbie. É muito amor.

Chamou de tetinha sem dó

Minha história com os Gallaghers começa com o Take That, como falei no outro post. Amava eles. Além da música, tinha o futebol e sempre tinha partida beneficente na MTV. Acompanhava tudo que conseguia. Os tempos eram outros e a gente só tinha revistas e MTV.
Larguei a mão do Oasis e dos Gallaghers há muitos anos, antes da banda acabar. Acho que existe um proporção de ouro entre a qualidade da banda e o tanto que o artista pode ser otário e, mais ou menos em 2005, Oasis saiu da proporção, enquanto a qualidade caía, eles ficavam mais otários. Larguei. Quando o Oasis acabou em 2009, lembro de pensar que finalmente o Noel estava livre. Eu amava o Noel, era meu preferido sem dúvidas, mas já não acompanhava eles.
Final de 2022, se me lembro bem, minha amiga Tê me deu um ingresso pra ver o The Killers em Brasília, outra banda que eu amava e que larguei de mão por terem saído da proporção aceitável de qualidade/otário. Fui com a Tiça, irmã da Tê. Amei. Aquele dia mudou algo em mim. Acho que me lembrei de alguém que fui (e sou) e que tinha ficado no caminho. Aquele dia reencontrei um pedaço de mim que tinha ficado pra trás.
Fui atrás de tudo dos Killers desde o momento que tinha largado a mão. Acabei vendo uma entrevistas do Brandon, vocalista do The Killers, falando que amava Oasis e o Liam. Lembrei que eu também amava Oasis. E aí foi o caminho natural. Oasis, Liam e Noel voltaram pra minha vida. Liam no twitter é excelente (ele já me respondeu). É muito bom ele ter um canal direto com o público porque a mídia é toda do Noel. Foi por causa do twitter que minha imagem do Liam mudou.
Quando os ingressos foram colocados a venda, não consegui comprar nada, mas já tinha decidido que veria a DM tour em Manchester. Por coincidência, Take That anunciou tour e as datas pra Manchester eram perfeitas pra mim. Depois disso, todos os outros anunciaram shows de verão. Acabou que, na minha crise, verei Take That, Liam Gallagher, Robbie Williams e Noel Gallagher, nessa ordem. A Carolina criança agradece.
E hoje é o dia do show do Liam, o catalisador dessa viagem. Estou ansiosa. Já o vi em Dublin, eu sei, mas aquela foi outra tour. Essa é a Definitly Maybe. Um dos álbuns de rock mais importantes dos anos 90 será tocado inteiro.
Estou me preparando pra ir, mas ainda está chovendo um pouco. Ainda tá cedo. Não terei problema.
Depois conto como foi.

Escrito em 16/6/24.

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